Museu do Artesanato

Tem sido notícia a polémica em torno do Centro de Artes Tradicionais, que nasceu da intenção de a Entidade Regional de Turismo do Alentejo, responsável pelo Centro, aí instalar uma colecção de peças de design, propriedade de Paulo Parra, com o apoio da Câmara Municipal de Évora. Estão em causa diversos aspectos: a existência autónoma do Centro, antigo Museu do Artesanato, sedeado no antigo Celeiro Comum de Évora; a compatibilidade de coexistência da colecção do museu e da colecção Paulo Parra; a salvaguarda das condições do local e da sua adequação às suas funções museológicas; a tutela e a direcção do Centro; o quadro de pessoal; as responsabilidades financeiras.

O Grupo Pro-Évora nada tem contra a existência de um museu de design constituído pela colecção Paulo Parra, mas não concorda com a solução prevista, que põe em causa a existência do Centro de Artes Tradicionais/Museu do Artesanato como instituição cultural autónoma e as condições adequadas para a MUSEU DO ARTESANATO exposição do seu acervo. Também as soluções financeira e directiva previstas, segundo o protocolo conhecido, não defendem nem garantem a valia do Museu do Artesanato nem a continuidade que lhe deve ser reconhecida.

Já no corrente mês de Julho, o Instituto dos Museus e da Conservação manifestou, relativamente ao Centro de Artes Tradicionais, que «o projecto e a área científica em que se inscreve parecem ser, ainda hoje, de grande pertinência para o território e a sociedade local, marcas de uma identidade onde a população se reconhece e onde os visitantes de fora compreendem a essência dessa notável identidade», criticando a tutela pela «falta de pessoal técnico que coordene, programe e garanta as actividades de conservação, estudo e divulgação das colecções, fidelização de públicos através de serviços de educação e de comunicação, assim como a articulação em rede com instituições pares, nacionais e internacionais».