Utilizações Abusivas do Patrimonio Arqueologico

 

UTILIZAÇÕES ABUSIVAS DO PATRIMÓNIO ARQUEOLÓGICO

 

A utilização de monumentos arqueológicos para iniciativas de carácter cultural e turístico, incluindo a realização de espectáculos, está a ser cada vez mais usual, normalmente sem que sejam respeitadas as características de segurança da sua integridade física, pondo em causa os valores patrimoniais que lhes são inerentes.

Assim aconteceu recentemente no Cromeleque dos Almendres e assim está a acontecer nas Termas Romanas de Évora.

No caso dos Almendres, a realização ocorrida e o constante afluxo turístico degradam visivelmente este importante monumento. No caso das Termas Romanas, a próxima realização de um espectáculo teatral e os respectivos ensaios, que já decorrem, num espaço tão exíguo e de reconhecidas fragilidades estruturais, é igualmente posto em risco tão relevante património.

Este tipo de práticas pode ameaçar os materiais e as estruturas dos monumentos, sendo indispensável que seja feita uma avaliação técnica prévia dos riscos e impactos possíveis, a realizar por entidades competentes, para que se salvaguardem os bens de eventuais destruições ou degradações. Ora estas avaliações não têm constituído preocupação dos promotores destas iniciativas, que se tornam, deste modo, um perigo para a integridade dos monumentos.

Estas utilizações abusivas do património arqueológico fomentam uma errada percepção dos valores patrimoniais, que cada vez mais vão sendo reduzidos a espaços cénicos para utilizações consumistas de carácter cultural, constituindo um exemplo perigoso que é dado aos diversos agentes, desde os responsáveis por tais monumentos até aos criadores e aos meros fruidores.

Em ambas as situações, cabem especiais responsabilidades à Câmara Municipal de Évora, não só em termos tutelares, mas também na disponibilização de meios para a realização destes espectáculos.

O Grupo Pro-Évora vem alertar as entidades responsáveis pelo património arqueológico e os cidadãos, em geral, para a necessidade de serem devidamente acauteladas as iniciativas do género das referidas, não por uma oposição de princípio, mas na perspectiva da defesa dos bens em causa.

 

Évora, 11 de Julho de 2018.

A Direcção do Grupo Pro-Évora

 

 

1919-2019

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"Em 16 de Novembro de 1919 foi formalmente fundado o Grupo Pro-Évora. Até hoje, somam-se mais de cem anos de actividade em defesa do património e de valores culturais da cidade de Évora." A Direcção

 

"Guia de Escultura da Cidade de Évora"

imageEsta edição bilingue (português/inglês) localiza e identifica cerca de 50 esculturas públicas. Com fotografias de Paulo Nuno Silva, mapas, fichas técnicas e textos introdutórios de Maria do Mar Fazenda, são propostos três percursos temáticos - Percurso Evocativo, Percurso Simpósio ’81 e Percurso (Re)Pensar a Cidade – que dão visibilidade e leitura às peças instaladas na cidade.

Este livro está disponível na sede do Grupo Pro-Évora

"Pela Biblioteca Pública"

imageRemonta a 1992 a intenção declarada, por parte dos responsáveis pela cultura em Portugal, de dividir a Biblioteca Pública de Évora, uma das mais notáveis do pais. Desde logo o Grupo Pro-Évora iniciou uma campanha de defesa desta instituição, a semelhança do que fizera aquando da sua fundação.
de Celestino Froes David e Marcial Rodrigues